Webmuseus e o visitante virtual:

A princípio, parece estranho. Visitar um museu virtual é bem diferente de vivenciar uma “visita real”. Hoje, o ciberespaço possibilita que visitamos museus do mundo inteiro através da tela do computador. Podemos, por exemplo, visitar o Museo Virtual de Artes do Uruguai – são poucos cliques e já estamos circulando pelo interior deste belo museu. Parece que a moda pegou: o MARGS, o MASP, e muitos outros aderiram ao ambiente virtual.

O que seria, então, um webmuseu? Segundo Carvalho, é um novo fenômeno em que se constrói uma extensão digital do museu na Internet, como a autora muito bem denominou de “museu sem muros”. Alguns outros cientistas chegaram a apostar que este tipo de museu viria para acabar com os museus reais, porém logo perceberam que tal afirmativa não poderia acontecer tendo em vista que o museu sempre precisará de algo físico para se sustentar e manter-se vivo – pois o objeto físico é a razão de sua existência. Concordo, ainda, com Carvalho, o qual afiram que esta extensão do museu nada mais é do que uma marca deste século no âmbito cultural e eletrônico. O mesmo questionamento do desaparecimento já chegou a ser feito sobre bibliotecas e arquivos (formando a tríplice que compõem a Ciência da Informação), entretanto, em ambos os casos, percebeu-se que era inviável viver só do ambiente virtual. O mundo digital é sempre uma extensão da realidade. O museu digital está, ainda, 
"ligado diretamente a web, de um lado significando uma interface com os museus presenciais, de outro lado, criando seu próprio ciberespaço, aquele que não possui interface presencial, num sentido metafórico, ou seja, designando seus acervos para uma ordem digital e criando uma qualidade que tem o objetivo de manter a relação de semelhança com as origens daquilo que se conhece como museu." (OLIVEIRA, p. 8).
Mas que me continua parecendo estranho visitar um museu digital, ah, isso continua. Agora alguém lá do outro lado do mundo pode visitar, sem sair de sua casa, os museus brasileiros. É estranho para os próprios museólogos. Como afirma Oliveira, o museu, com o advento do ciberespaço, está com dificuldades de adaptação, já que passou a ter novas funções que antes não exercia, como, por exemplo: dimensão pedagógica, ruptura formal com o museu tradicional, questão arquitetônica e dinâmica do uso dos objetos do acervo.

Como sempre puxo para o lado profissional do bibliotecário, imagino em que isso me influência e como devo agir mediante transformação. A primeira questão importante é conhecer: visitar muitos webmuseus, conhecer as principais características gerais, adaptar-se ao objeto virtual, ou seja, expandir meu conhecimento sobre o assunto. Feito isso, posso indicar para meus usuários aqueles que, segundo necessidade informacional do usuário, respondam às demandas de minha biblioteca. Mesmo assim, nada impede encaminhar usuários a museus com objetos reais, tendo em vista que a escolha final é sempre dos usuários.

REFERÊNCIAS:

CARVALHO, Rosane Maria de. Comunicação e Informação de museus na Internet e o visitante virtual. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=67204>. Acesso em: 26 de mai. 2010.

OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. In: Comunicação e Sociedade. v. 12, p.147-161. 2007. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=67205>. Acesso em: 26 de mai. 2010.

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