Jornais: qual a tendência?

Qual o futuro do jornal? Como afirma Quadros, teóricos de diversas áreas já afirmam a breve extinção dos jornais impressos, mantendo-se a permanência dos eletrônicos. Outros argumentam que tudo continuará da mesma maneira, assim como manteve-se a partir da vinda de outra mídias anteriores à digital. Parece que o jornal impresso poderá ser mantido, tendo em vista que há coisas publicadas e divulgadas na internet que não pode-se considerar uma fonte confirmada. Foi o que Alves (2006, p.101-102) chamou de cacofonia:
"No meio da cacofonia que se está formando na Internet, com a proliferação de blogs e de sítios de todo tipo, parece óbvio que continuará havendo lugar para o jornalismo. Mas será necessário criar um novo jornalismo digital que conserve os elementos fundamentais do jornalismo tão bem descritos no livro The Elements of Journalism, de Bill Kovach e Tom Rosenstiel, mas que, ao mesmo tempo, desenvolva uma nova linguagem, um novo código comunicacional adequado às características multimídia da web e das outras plataformas digitais que existem ou venham a ser criadas".
Vivemos em uma época em que as pessoas vivem interligadas através da internet. Pessoas que passam o dia inteiro com seus notebooks visualizando notícias e mantendo-se atualizadas. Percebendo que esta era uma situação em que a informação oferecida pelos jornais seria aproveitada pela maioria de seus leitores, é que os grandes jornais migraram para este ramo. Hoje, todos os grandes jornais, tanto nacionais quanto internacionais, estão ligados ao meio digital: Clarin, New York TimesZero-Hora, são exemplos disso.

Este tipo de jornal eletrônico é a tendência de todos os outros. Os novos, acredito eu, passem a ter apenas acesso virtual pois possui muitos benefícios: a informação é mais rápida, menos gastos para o jornal, melhora o meio ambiente, etc. Para o profissional da informação, o que mais importa é o primeiro dos benefícios. Com a informação rápida, melhora automaticamente o serviço de disseminação seletiva da informação, como, por exemplo, o clipping, tendo em vista que poderá ser atualizado na hora em que a notícia realmente aconteceu e não só no dia seguinte. Outra vantagem que terá o bibliotecário é não se preocupar com o suporte impresso, tendo mais lugar disponível no acervo para outros tipos de documentos. Em compensação, o bibliotecário deverá ter competência para conseguir acessar a qualquer hora o conteúdo específico pedido por algum usuário em um determinado periódico.

Quadros (p.7), em seu artigo, lembra de algo extremamente importante para a vida dos jornalistas, ou melhor, dos novos jornalistas, quando diz "As redações digitais abriram portas (e continuam) aos jovens jornalistas. No boom da internet, nos Estados Unidos, na Espanha e no Brasil a maioria delas era formada por profissionais com um bom currículo acadêmico, mas com pouca experiência no jornalismo". Isto acarreta numa mudança que pode ter efeito no conteúdo intelectual do jornal: aqueles com mais experiências que não conseguirem se adaptar a esta nova mídia, corre risco de perder o espaço no mercado.

O recurso mais fantástico que o jornal digital incorporou da world wide web foi a característica dos textos não-lineares, previstos por Vannevar Bush na década de 40. Este recurso permite que o leitor, literalmente, navegue na leitura, indo de textos em textos até a exaustão. O bibliotecário poderá guiar o seu usuário numa gama de hiperlinks para que ele possa ter uma visão geral ou, em determinados casos, específica de um conteúdo de sua pesquisa.

REFERÊNCIAS:

QUADROS, Cláudia Irene de. Uma breve visão histórica do jornal on-line. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=67172>. Acesso em: 15, mai. 2010.

ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo Digital: Dez anos de web...e a revolução continua. In: Comunicação e Sociedade: v. 9-10. p.93-102. 2006.

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